Breve Resumo
Este vídeo apresenta quatro ações que a autora mantém em sua carteira de aposentadoria, destacando a importância de investir com uma mentalidade de longo prazo, focando em empresas sólidas e perenes que geram valor consistentemente. As ações escolhidas são Itaúsa (ITSA4), Cemig (CMIG4), Vale (VALE3) e BB Seguridade (BBSE3), cada uma com seus próprios atrativos e riscos.
- Itaúsa: Holding com histórico sólido, dividendos consistentes e portfólio diversificado.
- Cemig: Empresa do setor elétrico com saúde financeira robusta, dividendos fortes e investimentos no futuro.
- Vale: Em transformação, focando em metais para a transição energética, com potencial de crescimento e geração de caixa.
- BB Seguridade: Máquina de pagar dividendos, com modelo de negócio sólido e potencial de crescimento no setor agro.
Introdução: A Mentalidade do Investidor de Longo Prazo [0:00]
O vídeo começa com uma reflexão sobre a mentalidade necessária para investir em ações visando a aposentadoria. A autora enfatiza que não se trata de apostas de curto prazo, mas sim de escolher empresas sólidas que gerarão valor ao longo de décadas. Ela compara essa estratégia a cuidar de uma vaca leiteira, priorizando o fluxo constante de "leite" (dividendos) em vez de "matar a vaca" (vender as ações) por ganhos imediatos. A autora também apresenta os critérios de seleção que utiliza, como setores perenes, lucros consistentes, dívida controlada e política de dividendos clara.
Itaúsa (ITSA4): Previsibilidade e Dividendos Consistentes [1:33]
A primeira ação mencionada é a Itaúsa (ITSA4), uma holding com mais de 40 anos de história no Brasil, conhecida por pagar bons dividendos mesmo em períodos de turbulência econômica. A empresa apresentou um lucro líquido recorrente de R$ 4 bilhões no segundo trimestre de 2025, um crescimento de 11% em relação ao ano anterior. O ROI (retorno sobre o patrimônio) da Itaúsa é de 18,4%, superior à maioria dos bancos médios no Brasil. Embora a Itaú Unibanco represente a maior parte da geração de valor da holding, a Itaúsa tem diversificado seu portfólio com participações em empresas como Alpargatas e Copa Energia. A empresa paga dividendos trimestrais e possui um dividend yield sólido, com expectativa de chegar a R$ 1 por ação no ano. A dívida líquida da Itaúsa caiu 30% no ano, e a empresa possui rating triple A pela S&P. Além disso, a Itaúsa é negociada com um desconto em relação ao valor de suas investidas, o que pode gerar valorização da ação. O principal risco é a dependência do setor bancário, mas a diversificação crescente pode mitigar esse risco.
Cemig (CMIG4): Estabilidade e Renda Previsível no Setor Elétrico [4:55]
A segunda ação destacada é a Cemig (CMIG4), do setor elétrico, que passou por uma transformação nos últimos anos, alcançando o rating triple A em 2025. A dívida líquida sobre o EBITDA da Cemig caiu para 1,59 em 2025, um patamar considerado saudável. A empresa tem realizado novas emissões de debêntures com custo de capital mais barato, demonstrando controle e capacidade de investimento. No segundo trimestre de 2025, o EBIT ajustado da Cemig foi de R$ 2,2 bilhões, com crescimento de 15,4%, e o lucro líquido ajustado atingiu R$ 1,3 bilhão, uma alta de 16,6%. A Cemig possui uma política de payout acima de 50% e tem pago dividendos acima desse patamar. Em 2025, já foram anunciados três pagamentos de juros sobre capital próprio, totalizando R$ 1,7 bilhão. A empresa está realizando o maior plano de investimento de sua história, com mais de R$ 6,3 bilhões em 2025, destinados à distribuição de energia, modernização da rede, transição energética e geração limpa. A renovação de concessões importantes também garante previsibilidade da receita. A possível privatização da Cemig pode ser uma boa notícia para o investidor, com aumento da eficiência e valorização do papel. A Cemig atua em geração, transmissão, distribuição e energia renovável.
Vale (VALE3): Transformação e Metais para a Transição Energética [9:10]
A terceira ação mencionada é a Vale (VALE3), que está passando por uma transformação, focando em metais como cobre e níquel, essenciais para a economia global nos próximos 30 anos. A empresa está investindo pesado nesses segmentos, visando liderar o movimento de descarbonização. A produção de cobre deve dobrar até 2035, com projetos como o Bacaba, que deve começar a operar em 2028. A produção de níquel também está em alta, com a construção do segundo forno de Onça Puma. O braço da empresa responsável pelos metais para a transição energética teve um aumento de 77% do EBIT ajustado em um ano. A Vale é uma geradora de caixa, com um fluxo de caixa livre recorrente de US$ 1 bilhão no segundo trimestre de 2024, um aumento de 412% em relação ao ano anterior. A empresa aprovou US$ 1,4 bilhão em juros sobre capital próprio, representando um dividend yield anualizado de 7%. A Vale tem cortado investimentos, reduzido custos e automatizado operações, liberando mais caixa para dividendos e recompra de ações. A empresa lançou novos produtos, como o Carajás Teor Médio 63% de ferro, que ajuda as siderúrgicas a emitirem menos carbono. A Vale tem trabalhado para mudar sua história após os desastres naturais em Mariana e Brumadinho, com 77% dos compromissos feitos no acordo de Brumadinho já cumpridos. A governança também melhorou, com política de gestão de risco mais rígida e controle acionário pulverizado. Os riscos incluem a dependência da demanda chinesa e o risco ambiental, mas a Vale está lidando com esses riscos e se posicionando em um setor estratégico.
BB Seguridade (BBSE3): Dividendos Sólidos e Potencial no Setor Agro [12:40]
A quarta e última ação da lista é a BB Seguridade (BBSE3), conhecida por ser uma máquina de pagar dividendos. Nos últimos 12 meses até setembro de 2025, a empresa pagou R$ 4,26 por ação em proventos, resultando em um dividend yield de 12%. Desde 2019, o payout médio da empresa é de 90%, com pagamentos feitos duas vezes ao ano. A BB Seguridade registrou um lucro líquido gerencial recorrente de R$ 2,2 bilhões no segundo trimestre de 2025, com alta de 19,7%. A maior parte desse lucro (82%) veio da operação, ou seja, venda de seguros, previdência e capitalização, e apenas 18% do resultado financeiro. A empresa está barata, com um preço sobre o lucro atual em torno de 7,5, o menor múltiplo desde o seu IPO em 2013. O mercado estima um preço justo de R$ 46, o que dá uma margem de segurança de quase 30%. Uma parte significativa do negócio da BB Seguridade (40%) vem do agronegócio, um setor com grande potencial de crescimento. A BB Seguridade não assume risco de crédito, cobrindo perdas climáticas com modelos equilibrados. A parceria com o Banco do Brasil é uma vantagem, com um contrato de exclusividade até 2031. A BB Seguridade está listada no novo mercado da B3, com os mais altos padrões de governança. A gestão da empresa já alertou que em 2026 o resultado pode ser mais fraco, mas que isso deve ser superado até 2027.