Planejamento da cultura da Soja (Glycine max)

Planejamento da cultura da Soja (Glycine max)

Breve Resumo

Este vídeo apresenta um planejamento técnico e econômico para o cultivo de soja, abordando desde a rotação de culturas até o controle de pragas e doenças, com foco em áreas irrigadas e de sequeiro. São discutidas as diferenças no manejo entre a várzea e a coxilha, incluindo a escolha de cultivares, épocas de semeadura, tratamento de sementes, fertilidade do solo e estratégias de controle de plantas daninhas, pragas e doenças. O vídeo também detalha os custos de investimento para cada etapa do processo produtivo.

  • Rotação de culturas e manejo do solo são cruciais para o sucesso da lavoura.
  • Escolha de cultivares e época de semeadura impactam diretamente no potencial produtivo.
  • Tratamento de sementes e fertilização adequados são essenciais para o desenvolvimento da planta.
  • Controle eficiente de plantas daninhas, pragas e doenças é fundamental para evitar perdas na produção.

Planejamento da Soja na Várzea e no Sistema de Produção [0:18]

O planejamento da soja na várzea e no sistema de produção envolve a rotação de culturas com arroz, soja, trevo persa e azevém. Inicialmente, escolhe-se uma área onde já foi cultivado arroz, realizando o dessecação no seco para posterior correção do solo, incorporação da palha, drenagem e escarificação, se necessário, verificada com um penetrômetro. Após a escarificação e aplicação de calcário, entra-se com o trevo persa e azevém para alimentação do gado. No final de outubro, realiza-se a dessecação dessa área para iniciar o plantio da soja. Em março, antes da colheita, semeia-se o trevo persa e azevém a lanço, utilizando a "vela" para evitar danos à cultura e permitir uma passagem mais cedo dos animais. No início de setembro, desseca-se novamente para o plantio de arroz.

Planejamento da Soja na Coxilha [2:07]

O planejamento da soja na coxilha difere do manejo na várzea principalmente na rotação de culturas, onde se utiliza milho em vez de arroz. Após a colheita do milho em meados de março, realiza-se a escarificação, aplicação de calcário e gesso para correção do solo. Em seguida, introduz-se uma pastagem de nabo forrageiro, centeio e ervilhaca para produção de massa verde, cobertura do solo e fornecimento de nutrientes para a soja, que será plantada no final de outubro e início de novembro. No final do ciclo, em março, faz-se a semeadura aérea com aviões, seguida da introdução de azevém, aveia e ervilhaca, permitindo o pastejo do gado. Em setembro, entra-se novamente com o milho.

Cultivares para Área Irrigada e de Sequeiro [3:37]

Para áreas irrigadas e de coxilha, recomenda-se a cultivar DM 53I54, com grupo de maturação 5.4, alto teto produtivo e boa resposta a melhorias ambientais, especialmente em irrigação. Essa cultivar é resistente ao cancro da haste, suscetível à mancha olho-de-rã e pústula bacteriana, e resistente a fitóftora raça 1. Apresenta boa fertilidade do solo, crescimento indeterminado e moderada resistência ao acamamento, com um investimento de R$ 380 por hectare. Para terras baixas, a cultivar NS 6909 RR (PH Pirapó) destaca-se pelo alto teto produtivo, estabilidade e resistência à podridão de fitóftora, cancro da haste e pústula bacteriana, com investimento de R$ 380. Para áreas de refúgio na coxilha, utiliza-se a cultivar ANINGA 6209, e em terras baixas, a TEC 670 RR, tolerante ao excesso hídrico, com investimento de R$ 253 por hectare.

Semeadura na Coxilha e na Várzea [6:27]

Na coxilha, a semeadura deve ser realizada a partir de 20 de outubro, utilizando cultivares com ciclo 5.4. Estudos indicam perda de meio saco por hectare por dia de atraso após 23 de outubro. A população ideal é de 245 mil plantas por hectare, resultando em 11 plantas por metro linear no espaçamento de 45 cm. Em áreas de terras baixas, a semeadura deve ocorrer a partir de 10 de novembro, período mais indicado devido ao excesso hídrico em outubro. Atrasos após 14 de novembro resultam em perdas de meio saco por hectare por dia. A população recomendada é de 280 mil plantas por hectare, equivalente a 12.6 plantas por metro linear no espaçamento de 45 cm.

Tratamento de Sementes e Inoculação [8:01]

O tratamento de sementes já incluso utiliza Standak Top, contendo piraclostrobina, teofanato metílico e fipronil, fungicidas protetivos e sistêmicos, e um inseticida de contato e sistêmico. A inoculação com Bradyrhizobium japonicum é feita no sulco, com duas doses na coxilha e quatro doses na várzea, devido à diminuição da população de bactérias no solo anaeróbico da várzea após o cultivo de arroz. O investimento adicional para o inoculante é de R$ 8,50 por hectare na coxilha e R$ 17 por hectare na várzea.

Manejo da Fertilidade do Solo [9:13]

Na coxilha, é necessária a calagem com 1,7 toneladas de calcário por hectare, gerando um investimento de R$ 69 por hectare. A adubação de base consiste em 54 kg/ha de fósforo e 90 kg/ha de potássio, utilizando 300 kg/ha da formulação 5-20-30, fornecendo 15 kg/ha de nitrogênio, 60 kg/ha de fósforo e 90 kg/ha de potássio, com um investimento de R$ 570 por hectare. Na várzea, a exigência de npk é de 63 kg/ha de fósforo e 105 kg/ha de potássio, com o mesmo investimento inicial. Adicionalmente, aplicam-se 15 kg/ha de potássio no estádio R4, utilizando 26 kg de cloreto de potássio, com um custo adicional de R$ 44 por hectare.

Manejo de Plantas Daninhas [11:05]

Prioriza-se semear no limpo, utilizando na dessecação pré-semeadura o herbicida Arado (clethodim + flumioxazina) para controle de buva e azevém resistentes ao glifosato. Após a semeadura, aplica-se o pré-emergente Spider Multiplan para inibir o fluxo inicial de emergência de plantas daninhas, facilitando o controle posterior. Utiliza-se também o Finale (glufosinato de amônio) para controlar plantas remanescentes. Realizam-se duas capinas: a primeira até o estádio V4 das plantas daninhas, utilizando glifosato + Classic (clorimuron) para folhas largas ou glifosato + fuzilade (fluazifop-p-butil) para gramíneas. Todas as aplicações incluem o óleo mineral Dash a 0,5% do volume total, com um investimento total de R$ 349,80 por hectare.

Controle de Doenças [13:02]

Para o controle de doenças, especialmente a ferrugem asiática, realiza-se a primeira aplicação no estádio R4 para prevenção, utilizando nativo (tebuconazole) + mancozeb + óleo. Antes do fechamento das linhas, aplica-se Fox Express (bixafem) + mancozeb + óleo. Quinze a vinte dias depois, dependendo das condições, utiliza-se Aproach (picoxystrobin). Na fase reprodutiva, aplica-se Nativo + Decis (deltamethrin) + óleo. Uma quarta aplicação com óleo e um carboxamida (ex: Elatus) pode ser necessária, complementada com mancozeb + óleo. Em áreas irrigadas na coxilha, com maior molhamento foliar, pode ser necessária uma última aplicação com Elatus + um triazol (ex: Score) + óleo. Na várzea, geralmente não é necessária a última aplicação, exceto em anos muito chuvosos. O custo total varia de R$ 736,90 na várzea a R$ 823,80 na coxilha.

Controle de Pragas [15:40]

O controle de pragas foca em percevejos e lagartas. Em áreas de soja Intacta, a preocupação com a lagarta falsa-medideira é menor, mas em caso de surto de spodoptera, pode ser necessário um inseticida de contato, como o coragen (clorantraniliprole) a 100 ml/ha. Aplicações são realizadas conforme a incidência das pragas, utilizando inseticidas reguladores de crescimento (ex: Nomolt) ou piretroides (ex: Perito) para controlar trips e percevejos, especialmente em anos de pouca chuva na várzea. Para o controle de ácaros, utiliza-se Envidor (espiromesifen) a 250 ml/ha. O custo total com inseticidas varia de R$ 322,50 a R$ 439,50, podendo aumentar em R$ 50 no refúgio devido ao aparecimento da lagarta falsa-medideira.

Investimento Total e Considerações Finais [17:28]

O investimento total estimado varia de R$ 2.460,20 a R$ 2.664,50 na várzea e de R$ 2.474,80 a R$ 2.639,10 na coxilha. O custo na coxilha é ligeiramente menor devido à ausência de investimento em calcário. No entanto, a irrigação por pivô central na coxilha aumenta o molhamento foliar, elevando o risco de doenças e, consequentemente, os custos com tratamentos sanitários.

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Date: 11/20/2025 Source: www.youtube.com
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